Subcaves

Fomos! Abre a porta descabelada, a compor-se e desde já a justificar-se. O cenário é pouco limpo confuso. Arejado também, felizmente.

Copo de cerveja na mesa. Conversamos com a avó e o bafo marca o compasso. Que compasso. A mãe das crianças não está saiu. Os bebés dormem algures. Procura-os, nem sabe onde estão. Um está no berço enrolado em colchas sem roupa e sem lençóis, e nem nada digno desse nome.

Ocorre-me sem cessar a frase “filhos de um Deus menor”. Foi à esquadra fazer queixa por agressão e ameaça de rapto aos filhos. Hoje não há amor, amanhã quem sabe.

O outro bebé não está, terá ido também?

Dorme uma louca no quarto ao lado, quando acorda baralhada e vem-nos ver. É tia a afirma empenho no cuidado dos meninos. Aquela loucura que se não fosse trágica seria cómica, porque roça o desconhecido e o humor é uma arma contra isso.

Há dias assim, perdidos. Fazem queixas e pedem ajuda. Não há coerência, nem agressividade, nem nada. Por onde se começa a construir se não há nem um fio de estabilidade para agarrar. Procuremos esse ponto de partida rapidamente que o tempo das crianças urge.