40

Sim amigos são 40. 40. Quarenta, não há como amenizar a coisa. Não são os novos 20, não estou igual, não quero as mesmas coisas, nem posso alegar desconhecer coisas que já sei o que são. Neste não desconhecimento, incluem-se coisas como adormecerem-me os braços enquanto durmo, preferir muitas vezes comer em casa a ir jantar fora, ter insónias, lamentar-me que deixei 50€ no supermercado e não trouxe nada (o mesmo é válido para 100€), acordar com um grito vindo das profundezas MÃÃÃÃE! (que não significa nada de trágico – é so um dia normal), vestir fato de treino ao fim de semana, desejar jantar cereais e aperceber-me que já é natal outra vez,
Também é verdade que muita coisa que era problema já não é. Já me deixei de sofrer por antecipação, já tenho a minha curiosidade mórbida mais aprisionada, não me sinto pressionada por pensar que algo só vai acontecer uma vez, e sobretudo sou cada vez mais feliz com menos.
E não, eu não queria ter vinte anos outra vez, mesmo sabendo o que sei hoje. Não queria porque tive que andar muito para aqui chegar e embora tenha gostado do que foi acontecendo, metade só valeu a pena pelo efeito surpresa que não existiria se eu soubesse tudo.
Haja saúde, os que amamos e projetos!